sexta-feira, 25 de março de 2011

A lenda da girafa

Histórias de África - Por que é que a girafa tem o pescoço comprido? 

Há muito, muito tempo, a girafa era um animal igual aos outros, com um pescoço de tamanho normal. Houve então uma terrível seca. Os animais comeram toda a erva que havia, até mesmo as ervas secas e duras, e andavam quilómetros para ter água para beber. 

Um dia, a Girafa encontrou o seu amigo Rinoceronte. Estava muito calor e ambos percorriam lentamente o caminho que levava ao bebedouro mais próximo e lamentavam-se.
- Ah, meu amigo - disse a Girafa, - vê só... Tantos animais a escavar o chão à procura de comida... Está tudo seco, mas as acácias mantêm-se verdes.
- Hum, hum - disse o Rinoceronte (que não era - e ainda não é - muito falador).
- Seria tão bom - disse a Girafa - poder chegar aos ramos mais altos, às folhas tenras. Há muita comida mas não conseguimos lá chegar porque não conseguimos subir às árvores.
O Rinoceronte olhou para cima e concordou, abanando a cabeça:
- Talvez devêssemos ir falar como o Feiticeiro. Ele é sábio e poderoso.
- Que bela ideia! - disse a Girafa. - Sabes onde fica a casa do Feiticeiro?
O Rinoceronte acenou afirmativamente e os dois amigos dirigiram-se para a casa do Feiticeiro após matarem a sede.

Depois de uma caminhada longa e cansativa, os dois chegaram a casa do Feiticeiro e explicaram-lhe ao que vinham.
Depois de os ouvir, o Feiticeiro deu uma gargalhada e disse:
- Isso é muito fácil. Voltem amanhã ao meio-dia e eu dar-vos-ei uma erva mágica. Ela fará com que os vossos pescoços e as vossas pernas cresçam. Assim, poderão comer as folhas tenras das acácias.

No dia seguinte, só a Girafa chegou à cabana na hora marcada. O Rinoceronte, que não era lá muito esperto, encontrou um tufo de erva ainda verde e ficou tão contente que se esqueceu do compromisso.

Cansado de esperar pelo Rinoceronte, o Feiticeiro deu a erva mágica à Girafa e desapareceu. A Girafa comeu sozinha uma dose preparada para dois. Sentiu imediatamente uma sensação estranha nas suas pernas e pescoço e viu que o chão estava a afastar-se rapidamente. “Que engraçado!” pensou a Girafa, fechando os olhos pois começava a sentir-se tonta.
Passado algum tempo abriu lentamente os olhos. Como o mundo tinha mudado! As nuvens estavam mais perto e ela conseguia ver longe, muito longe. A Girafa olhou para as suas longas pernas, moveu o seu pescoço longo e gracioso e sorriu. À sua frente estava uma acácia bem verdinha... A Girafa deu dois passos e comeu as suas primeiras folhas.

Após terminar a sua refeição, o Rinoceronte lembrou-se do compromisso e correu o mais depressa que pôde para a casa do Feiticeiro. Tarde demais! Quando lá chegou já a Girafa comia, regalada, as folhas da acácia. 

Quando o feiticeiro lhe disse que já não havia mais ervas mágicas, o Rinoceronte ficou furioso, pois pensou que tinha sido enganado e não que fora o seu enorme atraso que o tinha prejudicado. Tão furioso ficou que perseguiu o Feiticeiro pela savana fora. 

Diz-se que foi a partir desse dia que o Rinoceronte, zangado com as pessoas, as persegue sempre que vê uma perto de si.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Características das Girafas


Características das Girafas

A girafa é um mamífero ruminante de grande porte. Vive nas regiões secas e com árvores dispersas situadas nas savanas africanas do sul do deserto do Saara. Elas foram caçadas para extração de sua pele, grossa e resistente, mas atualmente a espécie é protegida. Fêmeas e machos são providos de dois ou quatro chifres curtos, rombudos e cobertos de pele veludosa. A língua é longa (chega a medir até 40 cm de comprimento) e flexível. Utilizam-na, junto com o lábio superior, para arrancar as folhas dos ramos mais altos das acácias, que constituem um de seus principais alimentos. Cada animal tem seu próprio padrão de manchas.
A girafa pode alcançar 5,30 metros de altura, dos quais boa parte é constituída pelo pescoço. Existe apenas uma espécie de girafa, mas a pelagem apresenta grande variedade nos desenhos das manchas de pêlos de cor escura, sobre o fundo claro (cor creme). Caminha com passo travado, erguendo as duas pernas do mesmo lado ao mesmo tempo, o que chamamos de Andadura. Corre com grande velocidade, podendo chegar a 50 km/h. Vive em bandos, onde o macho maior parece dominar.
Girafa e seu filhote.

Gestação

As fêmeas de girafa têm lugares específicos para parir dentro de seu território. Escolhem um determinado lugar para trazer ao mundo sua primeira cria e sempre voltarão a esse local para os partos seguintes, mesmo no caso de seu território ter sido fragmentado.

Filhotes

Ao nascer, as crias são fortes e bem desenvolvidas, costumam ser vítimas dos predadores durante o primeiro ano de vida. Após o desmame, as fêmeas permanecem dentro do território materno, enquanto os machos o abandonam, formando grupos separados. Organizados em uma hierarquia clara de dominância, esses grupos formados só por machos vagarão dentro de seu próprio território, à procura de fêmeas no cio.

Evolução (explicação de Charles Darwin e o Neodarwinismo)

Os ancestrais das girafas, de acordo com o documentário fóssil, tinham pescoço significamente mais curtos. O comprimento do pescoço variava entre os indivíduos das populações ancestrais de girafas. Essa variação era de natureza hereditária. Indivíduos com pescoço mais longos alcançavam o alimento dos ramos mais altos das árvores. Por isso, tinham mais chance de sobreviver e deixar descendentes. A seleção natural, privilegiando os indivíduos de pescoço mais comprido durante milhares de gerações, é responsável pelo pescoço longo das girafas atuais.
Em uma explicação mais detalhada da "Seleção Natural", note que esse processo pressupõe a existência de variabilidade entre organismos de uma mesma espécie (ex.: variabilidade entre as girafa). As mutações e a recombinação gênica são as duas importantes fontes de variabilidade. Essa variabilidade pode permitir que os indivíduos se adaptem ao ambiente. É obvio que a mortalidade seria maior entre os indivíduos menos adaptados ao meio, pelo processo de escolha ou "seleção natural", que é uma escolha efetuada pelo meio ambiente. Restando apenas as girafas que melhor se adaptaram ao ambiente.

Classificação científica

  • Família - Girafídeos
  • Ordem - Artiodíctilos
  • Classificada como Giraffa camelopardalis

quinta-feira, 3 de março de 2011

As girafas com certeza se destacam na multidão. Seja no zoológico ou no seu habitat natural na África central, elas são mais altas que os outros animais e são o segundo maior animal terrestre que existe hoje em dia (o elefante africano é o maior). O tamanho do pescoço da girafa intriga os observadores há anos. “Como foi que a girafa ficou com este pescoço tão longo?”, alguns perguntam.
Ao presenciar uma girafa de 3 metros de altura levantar seu pescoço de 2,5 metros até o limite e, então, somar outros 30 centímetros com sua língua comprida e gulosa, para pegar aquilo que parecia ser um galho fora do alcance no alto de uma árvore acácia, alguns podem acreditar que o processo de se esticar tenha levado ao processo de crescimento do pescoço da girafa. Mas, de fato, será que uma girafa é capaz de aumentar sua própria estatura?
    Se uma característica tivesse mudado, isso não iria afetar o todo? Vamos considerar o caso da girafa.
A girafa é um mamífero; portanto, a maior parte de sua anatomia é semelhante a de outros mamíferos. Como a maioria dos outros mamíferos, a girafa tem sete ossos no pescoço. Mas, e se ela não tivesse sete ossos entre o corpo e a base do crânio? Bem, o pescoço curto do ser humano dá suporte para balancear perfeitamente a cabeça na postura ereta com muito pouco esforço. Já a cabeça grande da girafa precisa ser mantida no alto o tempo todo. Quando a girafa está em pé, metade dos seus músculos do pescoço (que pesam em torno de 225 Kg) estão tensionados. A quantidade de músculos necessária é diretamente ligada ao número de juntas que tem que ser suportadas. Se fossem reduzidas para apenas duas juntas, no crânio e no peito, seu peso iria reduzir consideravalmente e menos energia iria ser necessária para sobreviver. Se a diminuição dos alimentos disponíveis levou o pescoço a se transformar, a quantidade de ossos no pescoço e juntas não seria mutável também por esse processo de evolução? Claro que o problema com este design seria uma perda de flexibilidade e isso iria aumentar grandemente as chances de o pescoço se quebrar caso a girafa recebesse uma pancada na cabeça ou no pescoço.
Por outro lado, um pescoço com muitas juntas necessitaria exatamente do oposto: maior utilização de energia e maior massa muscular a ser suportada. Isto faria o centro de gravidade da girafa deslocar-se para frente das patas dianteiras quando a cabeça estivesse estendida totalmente para frente, fazendo com que as patas traseiras saíssem do chão, supondo que as pernas da frente fossem fortes o suficiente. Sete ossos no pescoço é um design excelente.
Com a cabeça estando numa posição tão alta, o coração enorme da girafa deve ser capaz de distribuir em quantidade suficiente o sangue oxigenado por 3 metros acima até o cérebro. Isso seria um problema (envolvendo pressão arterial muito alta) quando a girafa estivesse com a cabeça abaixada bebendo água, não fosse por um aparato único de paredes arteriais reforçadas, válvulas anti-acúmulo e de desvio, uma rede de pequenos vasos sanguíneos (a rete mirabile, ou “maravilhosa rede”) e sinais sensíveis à pressão, que mantém o fluxo de sangue adequado para o cérebro na pressão correta. Mesmo para aqueles que consideram isso simplesmente como “adaptação à pressões gravitacionais no seu sistema cardiovascular”, a girafa é um animal único. 
  
  

PREPARADA PARA A LEI DA GRAVIDADE
O coração da girafa é provavelmente o mais forte entre os animais, porque é necessário aproximadamente o dobro da pressão para bombear sangue para o longo pescoço até o cérebro. Com esta alta pressão sanguínea, só um design com características especiais poderia evitar que a girafa “explodisse sua cabeça” quando se abaixasse para beber água.
Igualmente maravilhoso é o fato de que o sangue não se acumula nas pernas e uma girafa não sangra de modo profuso quando sofre um corte na perna. O segredo reside numa pele extremamente rígida e numa faixa interna de tecido fibroso que evita o acúmulo de sangue. Esta combinação da pele tem sido estudada extensivamente pelos cientistas da NASA no seu desenvolvimento de roupas gravitacionais para astronautas. Colabora do mesmo modo, para evitar sangramento profuso, o fato de que todas as artérias e veias nas pernas da girafa são muito internas.
Os capilares que chegam até a superfície são muito pequenos e as células de sangue vermelho possuem cerca de um terço do tamanho das humanas, tornando possível sua passagem pelos capilares. Logo se torna perceptível que todas estas facetas únicas da girafa são interativas e interdependentes com seu pescoço longo.
Mas ainda tem mais. As células de sangue vermelho menores permitem uma área de superfície maior e uma maior e mais rápida absorção do oxigênio no sangue. Isso ajuda a reter a oxigenação adequada em todas as extremidades, inclusive na cabeça.
Os pulmões trabalham em conjunto com o coração para fornecer o oxigênio necessário para a girafa, mas fazem isso de uma maneira que é única da girafa. Os pulmões da girafa possuem oito vezes o tamanho dos pulmões humanos, e sua taxa de respiração é cerca de um terço da dos humanos. A respiração mais lenta é necessária para trocar o grande volume de ar requerido sem causar irritação na traquéia ondulada de 3,6 metros da girafa. Quando o animal respira ar fresco, o oxigênio consumido pela respiração anterior não consegue ser totalmente expelido. Para a girafa este problema aumenta devido à longa traquéia que retém maior quantidade de “ar velho” do que um ser humano é capaz de inalar em uma respiração. É necessário haver um grande volume pulmonar para fazer com que este “ar ruim” seja um percentual pequeno do total. Este é um problema de Física que a girafa resolveu.
NASCIMENTO DA GIRAFA
Para aumentar ainda mais a marvilha, temos o nascimento de uma girafa que certifica o argumento do design inteligente. O novo filhote nasce com 1,5 metros, pois a mãe não é capaz de sentar-se confortavelmente no chão - e deitar-se durante o nascimento seria um claro convite para que um leão ou outro predador atacasse a mãe. Como ocorre com todos os mamíferos, a cabeça é desproporcionalmente grande comparada com o restante do corpo no nascimento, e torna-se um desafio passá-la pelo canal.
O bebê girafa tem o desafio a mais de possuir um pescoço longo muito frágil ligando sua cabeça ao resto do seu recém-nascido corpo de 70 Kg. Se a cabeça viesse primeiro, o pescoço certamente quebraria quando o restante do corpo caísse sobre ela. Se a cabeça viesse depois, o pescoço certamente quebraria assim que o peso do corpo puxasse para baixo tentando tirar a cabeça para fora da mãe. Este aparente impasse é resolvido pelo fato de o quadril traseiro ser muito menor que o peitoral frontal e o pescoço ser longo o suficiente para permitir à cabeça passar através do canal apoiada no quadril traseiro. Os pés traseiros saem primeiro para segurar a queda do restante do animal. A cabeça é suportada e sua queda é amaciada pelo quadril traseiro e o pescoço é maleável, permitindo uma inclinação acentuada ao redor do peitoral.
Esta é uma saída perfeita que seria impossível em qualquer outra combinação ou com qualquer outro tamanho de pescoço. Dentro de minutos o novo filhote já está graciosamente de pé entre as pernas da mãe. Do nascimento à vida adulta, em apenas quatro anos, o pescoço cresce passando de um sexto para um terço da altura total da girafa. Este crescimento é necessário para o animal superar a altura da sua perna e poder inclinar-se para beber água. A comida durante o primeiro ano do filhote é quase exclusivamente o rico leite de sua mãe, que pode ser alcançado pelo filhote facilmente.
Ecologicamente, a girafa é perfeitamente compatível com seu ambiente. Existe a necessidade de um aparador de árvores para evitar que as árvores que obscurecem a luz e crescem rapidamente façam muita sombra no solo e acabem matando a grama tão necessária que provê alimento para outros animais da savana. Há também necessidade de uma sentinela que possa ver acima da mata alta e que possa observar os movimentos dos felinos predadores. A girafa não somente é alta o suficiente para isso, mas também tem uma visão excelente e uma curiosa disposição. Depois de alertar outros animais com vários movimentos sonoros da cauda, a girafa sai da zona de perigo ousadamente pisando firme. A grande altura corporal, as camadas rígidas de pele, o coice traseiro mortal e a capacidade de correr a passos longos e rápidos fazem da girafa adulda uma presa indesejável para qualquer carnívoro.
Sugerir que tudo isso poderia ter evoluído de uma única classe de animal, sem quaisquer parentes próximos concebíveis e se tornando tão desenvolvido devido apenas a uma suposta falta de alimento no nível do solo - é absurdo. Não deveriam também outros animais que se alimentam no nível do solo, sendo vulneráveis aos felinos maiores e sendo bombardeados com a mesma radiação cósmica, ter alcançado uma estatura mais parecida com a da girafa?
É interessante que há outros animais que se alimentam sim de árvores. A gazela-girafa da África tem o pescoço mais longo na família das gazelas, tem uma língua comprida e come folhas das árvores apoiando-se nas suas pernas traseiras. O bode markhor (bode selvagem indiano) do Afeganistão sobe em árvores de até 7,5 metros para comer folhas das árvores. Outros mamíferos desejam as folhas das árvores, mas nenhum deles irá jamais se tornar uma girafa, e a girafa com certeza não veio de algum outro animal “menos-que-uma-girafa”.
Não podemos saber se as condições eram as mesmas no passado, mas a “necessidade de sobreviver alcançando sempre mais alto para obter comida” é, assim como muitas explicações Darwinianas deste tipo, pouco mais do que uma mera especulação post hoc(nota do tradutor: expressão do latim para expressar a falácia do tipo: se aconteceu depois disso, então foi por causa disso). O registro dos fósseis somado ao único e maravilhoso design observado neste animal atestam isso. O louvor, a glória e a honra vão para o Criador da girafa. 
 

Referências
1. Percival Davis and Dean H. Kenyon, Of Pandas and People, (tradução: Sobre Pandas e Pessoas); Haughton Publishing Company, Dallas (Texas), 1989, p. 71.
2. Alan R. Hargens, Developmental Adaptations to Gravity/Cardiovascular Adaptations to Gravity in the Giraffe, (tradução: Adaptações de Desenvolvimento para a Gravidade/Adaptações Cardiovasculares para a Gravidade na Girafa); Life Sciences Division, NASA Ames Research Center (California), 1994, p. 12.
3. Helen Roney Sattler, Giraffes, the Sentinels of the Savannas, (tradução: Girafas, as Sentinelas das Savanas); Lothrop, Lee and Shepard Books, New York, 1979, p. 22.
4. Francis Hitching, The Neck of the Giraffe, Where Darwin Went Wrong, (tradução: O Pescoço da Girafa – Onde Darwin Errou); Ticknor and Fields, New York, 1982, p. 179.